sexta-feira, 29 de maio de 2009

Angola

GEOGRAFIA
Angola situa-se na costa atlântica Sul da África Ocidental, entre a Namíbia e o Congo. Também faz fronteira com a República Democrática do Congo e a Zâmbia, a oriente. O país está dividido entre uma faixa costeira árida, que se estende desde a Namíbia chegando praticamente até Luanda, um planalto interior úmido, uma savana seca no interior sul e sudeste, e floresta tropical no norte e em Cabinda. O rio Zambeze e vários afluentes do rio Congo têm as suas nascentes em Angola. A faixa costeira é temperada pela corrente fria de Benguela, originando um clima semelhante ao da costa do Peru ou da Baixa Califórnia. Existe uma estação das chuvas curta, que vai de Fevereiro a Abril. Os verões são quentes e secos, os invernos são temperados. As terras altas do interior têm um clima suave com uma estação das chuvas de Novembro a Abril, seguida por uma estação seca, mais fria, de Maio a Outubro. As altitudes variam bastante, encontrando-se as zonas mais interiores entre os 1.000 e os 2.000 metros. As regiões do norte e Cabinda têm chuvas ao longo de quase todo o ano.
ECONOMIA
Angola, antes da colonização portuguesa, a sua organização política era exercida pelos Reinos em representação das diferentes etnias bantus. A sua real economia antes da colonização; não foi constatada em nenhum dado de pesquisa visitado pela equipe
Sobre a estrutura econômica: Duas referências a considerarem: sistema de economia centralizada ou planificada, em vigor até 1992, passando depois para sistema de economia de mercado cujo exercício é baseado no principio da liberalização e da iniciativa privada. Entretanto a aplicação prática revela proteção dos detentores do poder com tendência dos fundos do Estado serem voltados para dentro e ao serviço dos seus dirigentes.
Alguns indicadores:
a)- Origem dos fundos: -economia mineral (petróleo e diamantes)
-economia não mineral (indústria, pescas e serviços), apesar dos baixos níveis de contribuição para o Orçamento Geral do Estado.
b)- Referências em 1995: -PNB por habitante 410 usd
-PIB-3,772 bilhões usd
-Taxa de crescimento do PIB- 4,1%(média anual 1990-1995), tendo nos anos seguintes decrescido a uma média anual entre 2,38% e 3,01%(1990-2000)
c)- Fatores condicionantes: -a inflação
-o mercado cambial
-corrupção
-falta de articulação entre os departamentos do Estado
-Dependência da importação de bens de consumo
d)- Efeitos da globalização: -Mudanças políticas
-Privatização de empresas públicas
-Despedimento de trabalhadores
-Zonas francas
-Ausência da fiscalização
-Enfraquecimento dos sindicatos
-Imposição do FMI e BM sobre o Governo
-Aumento da pobreza e exclusão social
-Ausência do trabalho decente

e)- Papel dos sindicatos na perspectiva da globalização:
- Organização dos sindicatos
- Promoção dos sindicatos nas empresas
- Treinamento dos trabalhadores sobre os seus direitos fundamentais.
- Dialogo social com os empregadores.
-Persuasão ao Governo sobre as medidas de reajustamento estrutural e adequação do sistema de segurança social.
- Persuasão ao Governo para o apoio ao empresariado nacional de facto, com vista ao fomento de mais centros de trabalho.
- Persuasão ao Governo para criação de programas de redução da pobreza.
- Participação na elaboração do código de conduta sobre Reinos em representação das diferentes etnias bantus.
A chegada dos portugueses
Os portugueses, sob o comando de Diogo Cão, no reinado de D. João II, chegam ao Zaire em 1484. É a partir daqui que se iniciará a conquista pelos portugueses desta região de África, incluindo Angola. O primeiro passo foi estabelecer uma aliança com o Reino do Congo, que dominava toda a região. A sul deste reino existiam dois outros, o de Ndongo e o de Matamba, os quais não tardam a fundir-se, para dar origem ao reino de Angola (c. 1559).


Curiosidades

Português Angolano x Português de Portugal X Português Brasileiro
(v.) = verbo. (gír.=gíria)
Obs.: para saber o motivo de não existirem vocabulários dos outros PALOP e/ou de Timor Leste neste espaço, leia o final desta página.
Em Angola Em Portugal No Brasil
abacaxi ananás (a forma angolana é bem mais usada)
anhara, chana (1) (savana tb.) savana savana (refere-se à região de savana)
azeite doce azeite (de azeitonas) azeite
barona (gír. angolana) garota bonita (várias gír. são usadas: gata, gatinha, avião, etc)
bazar (v.) (gír. angolana) ir embora ir embora (gír.: cair fora)
bicha paneleiro (mais usado) (inúmeras gír.; mais conhecidas: bicha, veado, baitola)
bumbar (v.) (gír. angolana) trabalhar (gír.bras. em SP: trampar, ralar)
cacimba poço poço ou cacimba (esta últ. + comum no Nordeste bras.)
chuinga pastilha elástica Goma de mascar, chiclete
cuíta ? cuíca (instrumento musical)
farra festa festa ou farra (esta últ. mais sinônimo de algazarra)
fubá de bombo fubá de mandioca
garina (a palavra se originou em Portugal, na região de Estremadura, fronteira com a Espanha) moça (com o signif. de mulher de pouca idade) moça, mocinha, guria
lavras terreno de cultivo terreno, roça
jindungo malagueta, piri-piri pimenta malagueta
jinguba amendoim amendoim
mataco ou bunda cu bunda (cu no Brasil é sinônimo de ânus, e considerado chulo)
maximbombo (2) autocarro ônibus
muceque (liter. significa "lugar de areia") bairro de lata favela
óleo de palma ? azeite de dendê
panquê (origem afr.) comida comida (algumas gír. brasileiras: rango, bóia...)
quítia ou kítia (origem afr.) saia saia (peça do vest. feminino)
quítia ou kítia (na gíria angolana) garota (ou tb. mulherio) garota (há inúmeras gír. brasileiras); mulherio, mulherada
(1) - Aos angolanos: "chana" em muitas partes do Brasil é uma gíria para designar a genitália feminina ... NÃO a usem com o significado que tem em Angola, para evitar confusão!
(2) - Na Bahia existiu (ainda existe?) a palavra "maxambomba" em fins do século XIX, designando um veículo desconjuntado e velho, ou ainda o trole usado nos portos fluviais para carga e descarga dos vapores. As expressões "maximbomba" e "maxambomba" vêm do inglês "machine pump".
OUTRAS DICAS - incluindo palavras incorporadas do umbundo e do quimbundo, línguas africanas de Angola:
- Candonga – Em Angola designa o contrabando. Inicialmente o contrabando de peixe seco. Só muitos anos mais tarde se passaria a usar o termo «candongueiro» para designar os contrabandistas de diamantes ou mais tarde ainda, os novos taxistas luandenses do chamado "processo dos 500".
- "Contratado" – Eufemismo que substituiu o termo escravo, no trabalho compelido a que os africanos nativos estavam sujeitos nas roças e fazendas, durante a época colonial do Estado Novo (regime Salazarista) português.
- Comboio mala – designação do comboio (trem) que transportava as malas do correio.
- "Semba" = Palavra que significa "umbigada". O semba, dança praticada em Luanda, deu origem ao samba brasileiro. Em vários momentos da dança os pares trocavam umbigadas. Trazida para o Brasil por escravos oriundos de Angola, modificou-se e mudou de nome.
- "Kizomba" ou "Quizomba", palavra que foi usada no tema de carnaval da escola de samba Unidos de Vila Isabel, no Rio de Janeiro em 1988, é um tipo de música e dança angolanas.
- Uma informação: a palavra brasileira "quilombo" (local de refúgio de escravos fugidos) é originária da língua quimbundo, e significa "capital, povoação".
- em Angola, um "clementino" quer dizer alguém que aceitou clemência, perdão de uma autoridade. É um termo político
- Tukeia ou tuqueia – é um peixe lacustre das anharas (savanas) do leste da Angola.
- Sanzala – ou «senzala». significa cidade, aldeia africana. No Brasil, passou a designar o galpão onde dormiam os escravos.
- O "pirão" ou "funji" é uma comida tradiconal angolana. É uma espécie de papa, preparada com fubá ou farinha, e com este sentido é palavra também empregada no Brasil - onde criou-se o ditado popular "Farinha pouca, meu pirão primeiro", significando que, em épocas de dificuldades, busca-se primeiro satisfazer a si próprio e depois aos outros.
- Kinda ou Quinda é um cesto cónico que as mulheres transportam à cabeça.
- O fubá é a farinha de milho, mandioca ou massango usado para preparar o pirão. No Brasil, designa apenas a farinha de milho.
- A palavra "moleque" no Brasil é originária do quimbundo "mu'leke" = menino. Porém aqui assumiu com o tempo inúmeros significados, carinhosos ou pejorativos conforme seu emprego. Pode ser uma forma de tratar qualquer menino, independente da cor da pele ser branca ou negra, não necessariamente pejorativa. Pode, por exemplo, significar um indivíduo brincalhão, engraçado. Ou ainda, se esbravejada contra um adulto em tom de discussão; "Seu moleque!", estará significando um indivíduo sem palavra, um canalha, um cafajeste.
Alguns significados brasileiros foram confirmados no "Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa", edição 1986 - reimpressão 1997).

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